terça-feira, 25 de setembro de 2012

Boas medidas, mal comunicadas

Às vezes parece que o Governo faz de propósito para dificultar a sua própria vida. Não se compreende que seja publicada no Diário da República a decisão de extinção, de redução ou cessação de apoios financeiros públicos às fundações e que depois não seja devidamente preparada a divulgação da decisão final em termos de comunicação.
Tudo isto é tornado público -- e estamos perante algo que tem o apoio da opinião pública -- sem que, por exemplo, se diga quanto é que o Estado vai poupar. Ora, mais do que saber quais as fundações extintas, ou quais é que viram os seus apoios cortados, era importante quantificar a poupança.  O Governo, pelos vistos, não se preocupa em capitalizar o seu próprio trabalho.
É claro que os cortes quase que parecem ter sido feitos com regra e esquadro. Mais. Os cortes poderiam, porventura, ter ido mais longe. É sempre difícil agradar a gregos e a troianos, bem sei. De qualquer modo, aquilo que vale a pena salientar é que este Governo meteu as mãos à obra sobre um assunto que sucessivos governos optaram por ignorar. Houve, finalmente, uma primeira tentativa no sentido de disciplinar o sector das fundações. Aplaudo o Governo por isso. Mas, repito, era lógico e normal que o Governo nos dissesse quanto é que o Estado afinal vai poupar com esta medida. Confirmam-se os números avançados anteriormente que apontavam para 140 milhões de euros? Mais? Menos?
Numa altura em que se pedem tantos sacrifícios aos portugueses, era importante mostrar aquilo que está a ser feito no âmbito da redução da despesa. Bem sei que nada percebo de comunicação política, mas isto é apenas bom senso.