No início de Julho, numa curta entrevista telefónica para o serviço em português da rádio pública alemã, Deutsche Welle, a jornalista Helena Ferro Gouveia perguntou-me se poderíamos ter um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau. Não hesitei um segundo na resposta: "Sim. Penso que a situação pode ser de aparente normalidade à superfície, mas no fundo é mais instável do que o Governo e a liderança militar querem fazer crer."
Uma primeira tentativa fracassada de golpe de Estado ocorreu esta madrugada. Os detalhes e os objectivos são ainda pouco claros, mas era evidente que seria apenas uma questão de tempo até que as armas se voltassem a ouvir em Bissau. Provavelmente não será a última vez, infelizmente.
O resultado positivo destes acontecimentos, assumindo que a lição foi assimilada?
Ficou claro para o Primeiro-Ministro de transição e, sobretudo, para o CEMGFA António Indjai, bem como para a CEDEAO/ECOWAS, caso ainda fosse necessário, que é urgente encontrar uma solução de compromisso.