Iancuba Indjai e Silvestre Alves foram detidos e espancados por militares das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Há inúmeras testemunhas que confirmam a sua detenção e, se houvesse vontade política (e militar), de certeza absoluta que não seria difícil identificar (e prender) os agressores. Porém, o ministro da Defesa nem se pronuncia sobre o assunto e o Governo limita-se a condenar o seu espancamento, exortando -- em abstracto e como Pilatos -- os órgãos competentes a prosseguirem com a investigação.
O respeitinho é muito bonito, naturalmente. Se a Guiné-Bissau fosse um Estado de direito nesse mesmo dia haveria dirigentes militares exonerados. O CEMGFA, António Indjai, por exemplo. O próprio ministro da Defesa seria chamado a retirar consequências políticas dos acontecimentos.
Infelizmente, a Guiné-Bissau não é um Estado de direito e o Governo de transição sabe isso melhor do que ninguém.
[Adenda]
Algumas palavras sobre a actual situação na Guiné-Bissau (West Africa Democracy Radio, 23.10.2012).