Estamos, portanto, (quase) todos de acordo que o Orçamento do Estado (OE) pretende ganhar tempo. Luís Amado também concorda, tal como narra Teresa de Sousa: "[O OE] resulta da escassa margem de manobra que o país dispõe face à troika de credores. [Amado] considerou-o, por isso, um acto de "voluntarismo político" que pode ser interpretado também como uma forma de ganhar tempo até que a equação europeia se altere num sentido mais favorável aos países sujeitos a programas de ajustamento como Portugal" (Público, 29.10.2012: 15).
Para nosso azar, o 'tempo' da equação europeia não é necessariamente o 'tempo' de Portugal. O sentimento de urgência que se vive nos países sujeitos, ou em vias de estar sujeitos, a programas de ajustamento não é partilhado por Angela Merkel, cada vez mais condicionada internamente pelas eleições para o Parlamento federal alemão que ocorrerão em Setembro de 2013.
Por todas as razões e mais alguma, o próximo ano promete vir a ser de alto risco e impróprio para cardíacos.