quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A natureza humana e a duplicidade de critérios

Todos nós somos sempre argutos e céleres a detectar os erros dos outros, muitas vezes a exigir a sua demissão e a não tolerar segundas oportunidades. Porém, quando nos toca a nós essa argúcia e essa celeridade como que se evaporam. Quando nos toca a nós há sempre uma boa razão para nos ser concedida uma segunda oportunidade.
Nicolau Santos não percebeu, ou não quis perceber, que depois do fiasco colossal em que se meteu deveria ter apresentado de imediato o seu pedido de demissão. Um jornalista vive da sua credibilidade e da sua reputação. O director-adjunto do Expresso desbaratou de forma irreparável esse capital à custa de erros que já admitiu e de outros que ficaram por admitir.
Se existe alguém que tem sempre o dedo no gatilho para exigir que terceiros assumam as consequências dos seus actos até às últimas consequências esse alguém são os jornalistas. Nicolau Santos nunca foi uma excepção neste domínio. Agora, porém, quando lhe toca a si, espera que um simples pedido de desculpas resolva o fiasco em que se meteu a si e ao Expresso? Ao longos dos anos Nicolau Santos tem sido o juiz e o carrasco de terceiros, sem apelo nem agravo, mas agora, para si, espera uma segunda oportunidade? A oportunidade que tantas vezes negou, de forma ligeira e definitiva, a terceiros?