quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Momentos que definem uma liderança

"Até ao final do ano [o PS vai apresentar] uma proposta de alteração da lei eleitoral para a Assembleia da República", disse António José Seguro (5.10.2012).
"Não há nenhuma data definitiva. Os prazos que existem são indicativos", referiu Alberto Martins (Sol, 21.12.2012: 18).
Desde que tomou posse como secretário-geral do PS António José Seguro tem procurado evitar a todo o custo e a qualquer preço que as divisões internas se agravem. Em última instância, a prioridade máxima é a sua própria sobrevivência política. Imagino que nós não sabemos da missa metade, mas ainda assim vamos detectando alguns fragmentos dessa estratégia. Maria Maria Carrilho foi uma das primeiras vítimas. Seguro optou por deixar cair o seu nome.
A redução do número de deputados, proposta por Seguro e que gerou divisões internas no Partido Socialista, vai pelo mesmo caminho. Agora já não há nenhuma data definitiva e os prazos são indicativos, quando Seguro tinha sido bem claro: Até ao final do ano o PS iria apresentar uma proposta.
Moral da história?
Se António José Seguro, na oposição, é incapaz de cortar a direito e de fazer frente aos adversários, fica no ar a impressão de que o líder do PS, se um dia fosse primeiro-ministro, de igual modo dificilmente faria frente aos interesses instalados e aos poderes fácticos. Lamento, mas não é o comportamento que espero de um líder.