Como já referi as fugas de informação sobre o que se falou no Conselho de Estado constituem um péssimo sinal. Não começou agora, como também já salientei, e ao contrário do que refere Francisco Seixas da Costa. E, portanto, a explicação para o sucedido não se encontra seguramente numa hipotética subrepresentação no comunicado final.
Mas a cereja no topo do bolo será um ex-Presidente da República -- logo ele que deveria ser aquele que maior sensibilidade política e institucional deveria ter nesta matéria -- admitir publicamente que determinados temas foram discutidos no Conselho de Estado. Tal atitude fica mal a Jorge Sampaio, por todas as razões e mais alguma.
Quanto ao actual Presidente da República, há apenas uma ilacção a retirar. Salvo por obrigação constitucional, o Conselho de Estado deve voltar a ser convocado nas calendas gregas. E sempre que julgue útil, Aníbal Cavaco Silva tem canais informais para ir ouvindo os conselheiros de Estado que entender. É a vida.