quarta-feira, 5 de junho de 2013

Inicialmente...

...o único 'problema' era a ida para o estrangeiro de um quadro que era suposto ficar em Portugal. Uma questão de interesse público e nacional, pura e simplesmente. Como era possível que o secretário de Estado o tivesse permitido?
A opinião pública, sem os elementos necessários, começou logo a formar opinião sobre o assunto. É a lei natural das coisas.
Hoje, porém, ficámos a saber que a questão não se limita à defesa desinteressada do interesse comum e que há uns herdeiros -- alguns notoriamente influentes -- que contestam a decisão em defesa do seu interesse pessoal. O problema, afinal, não está na ida do quadro para o estrangeiro, mas sim no valor da venda prévia com base no pressuposto de que o quadro não poderia sair de Portugal. À questão do interesse nacional junta-se agora uma componente de mercearia. Qual delas a mais importante?
Entretanto, a opinião pública, sem os elementos necessários, hoje teve de decidir se mantinha a sua opinião de ontem, ou se a ajustava à nova informação. Isto, claro, quem ainda acompanha o assunto.
Provavelmente, a novela e a (des)informação prosseguirá amanhã, ou nos próximos dias, num jogo do gato e do rato que só pode ser clarificado com a divulgação dos documentos que validaram o processo. Uma coisa é certa: não pode ficar no ar a insinuação mais ou menos velada sobre a opacidade da decisão de Francisco José Viegas. Pessoalmente acredito em absoluto na sua integridade pessoal, mas no plano institucional, uma vez colocada no ar a dúvida, tudo deve ser esclarecido. É assim que as coisas funcionam em democracia.

[Adenda]
Vai na volta e nem há muito para esclarecer.