quinta-feira, 4 de julho de 2013

Por último, mas não em último...

De acordo com a comunicação social, o Presidente da República estará a exigir que os líderes do PSD e do CDS façam parte do Governo. Uma exigência perfeitamente razoável, note-se, e que seguramente não desagrada ao líder do PSD. Temos, portanto, um de dois cenários. Primeiro: Paulo Portas, depois da garotice e da birra em que se envolveu, engole um sapo de todo o tamanho e aceita integrar o Governo juntamente com Maria Luís Albuquerque. Portas, pura e simplesmente, não está em condições de exigir a substituição da ministra das Finanças. Logo, o líder do CDS pode dizer o que quiser, justificar como entender mais uma pirueta, mas a humilhação política será incontornável e indisfarçável.
Segundo cenário: precisamente para evitar o primeiro, Portas demite-se da liderança do CDS, abrindo caminho à sua substituição no congresso deste fim de semana. Eleito um novo líder o CDS estará em condições de responder positivamente à exigência do Presidente. Ironia das ironias: foi precisamente para não perder o controlo do CDS que Portas recuou no braço de ferro com Passos Coelho...
Há, evidentemente, um terceiro cenário possível: Portas faz frente ao Presidente reabrindo o cenário de crise política. Seria nova garotice e suicídio político. Na prática terminaria igualmente com a sua demissão do CDS e muito provavelmente colocaria um ponto final na sua carreira política.
Em suma, por culpa própria e em consequência da sua irresponsabilidade, Portas tem de optar (do seu ponto de vista) entre o mau e o péssimo. É a vida.
P.S. -- Há, em teoria, um quarto cenário possível em que Passos Coelho seria um actor central. Não vejo, para já, nenhuma razão para que o líder do PSD 'ajude' Portas, ainda por cima porque isso implica entrar em conflito com o Presidente.