Não é claro, para mim pelo menos, se os EUA estão preparados para intervir militarmente na Síria sem uma resolução do Conselho de Segurança. Espero que não, pelo menos por agora. Não há nada de novo na actual situação no que se refere às tensões no Conselho de Segurança. Já estivemos em situações semelhantes no passado recente -- a 'novidade' (e que novidade) é a utilização de armas químicas. Mas importa lembrar que no passado um exercício semelhante na sua componente de política internacional e de diplomacia não correu bem. É certo que os alinhamentos diferem do que aconteceu com a deposição de Saddam Hussein, por exemplo, mas a oposição russa não deve ser encarada levianamente.
Não é para mim claro que os EUA esgotaram todos os instrumentos diplomáticos e políticos junto da Rússia, o aliado central do regime sírio. Goste-se ou não, passar por cima de Moscovo não me parece prudente, isto apesar das atrocidades que o regime sírio tem vindo a cometer.
Em suma, parece-me ser um acto de elementar sensatez procurar por todos os meios a legitimação junto do Conselho de Segurança de uma intervenção militar na Síria. Caso contrário, iremos abrir uma vez mais a Caixa de Pandora.