domingo, 22 de setembro de 2013

Curiosidades (act.)

Quem quiser ler notícias, análises e especulações sobre Ricardo Salgado -- e o Grupo Espírito Santo (GES) -- deve ler a imprensa portuguesa de capitais maioritariamente angolanos, ou cuja gestão é controlada por capitais angolanos, como é o caso dos jornais Sol e i.
Apenas nesta semana, dois exemplos:


Num caso e noutro estamos a falar de jornais controlados pela Newshold de Álvaro Sobrinho que no ano passado foi promovido, salvo seja, de CEO a chairman do BESA, e que agora se prepara, pura e simplesmente, para abandonar o cargo. Apesar das juras mútuas de amor é evidente que a relação entre Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho se deteriorou muito nos últimos anos. Não surpreende, por isso, que a Newshold surja como a ponta da lança mediática que tem dado dores de cabeça ao GES em Portugal.
Não gosto muito de teorias da conspiração, mas o processo que começou com a recomposição da estrutura accionista do BESA está ainda por contar. Situações como esta de "problemas de tesouraria" são apenas uma ponta do véu do pouco que se sabe publicamente da deterioração das relações do GES com Angola. "Dificuldades" que se repetem noutras frentes, como é o caso da ESCOM.


[Adenda]
As complicações em diferentes frentes, nomeadamente no BESA e na ESCOM, confirmam que os problemas do GES não se limitam à relação com Álvaro Sobrinho. A questão é mais complexa e mais profunda. Mas mesmo que não fosse, é evidente que o antigo homem forte do BESA não declararia guerra a Ricardo Salgado sem a devida cobertura de instâncias superiores.