Confesso que há dias em que desespero com tanto disparate. Os exemplos de amadorismo abundam, infelizmente.
Miguel Poiares Maduro hoje lembrou-se de acenar com a ameaça de um eventual aumento de impostos. Percebo. Por um lado, o Governo opta por não divulgar a sua proposta de Orçamento do Estado antes das eleições autárquicas. Por outro, a cerca de quinze dias do acto eleitoral, Poiares Maduro dá-lhe para falar de aumentos de impostos virtuais. E é nisto que andamos. Noutras circunstâncias o telemóvel do primeiro-ministro hoje não teria parado de tocar, com candidato atrás de candidato autárquico a queixar-se do sentido de oportunidade de Poiares Maduro. Feliz ou infelizmente a verdade é que ninguém (julgo eu) levou a sério o que disse o ministro adjunto. Por uma simples razão.
O próprio Pedro Passos Coelho, muito recentemente, disse que esse não era o caminho. E nem falo do CDS que, seguramente, olha para tudo isto entre o divertido e o desesperado.
Sejamos clarinhos como água: não vale a pena Poiares Maduro encenar uma dramatização, ainda por cima de uma forma tão pouco credível e tão pouco oportuna.
Raios e coriscos. Quando não se tem nada para dizer não seria preferível estar calado?