Ninguém é obrigado a militar num partido político. A opção pela militância resulta de uma escolha individual. Quem o faz sabe que essa decisão implica direitos e deveres que estão consagrados nos estatutos do partido. Não há, como se percebe, nenhuma razão, nenhuma desculpa, para infringir de forma grosseira os deveres estatutariamente definidos. Quem não se revê nas orientações e nas escolhas do partido em que milita tem de qualquer modo a obrigação e o dever de respeitar os estatutos. Caso contrário tem bom remédio: a porta de entrada é igualmente a porta de saída. Vantagens de viver num regime democrático.
É perfeitamente normal que militantes entrem ocasionalmente em rota de colisão com o seu partido. Já me parece menos normal que não retirem as devidas consequências. Querem o melhor de dois mundos, i.e. as vantagens sem os deveres.
Não. A solução não passa por assobiar para o ar, como aconselha o cada vez mais patético António Capucho. Passa, isso sim, por fazer cumprir as regras estatutárias. Caso contrário, se não têm qualquer utilidade, nesse caso é preferível acabar com os estatutos. Ou será que há uma elite partidária a quem os estatutos não se aplicam, sendo os mesmos apenas aplicáveis no caso do militante anónimo?