Rui Machete tem a cabeça a prémio. Desiluda-se quem pensa, incluindo o próprio, que alguma coisa melhorará daqui para a frente. A comunicação social marcou-o como alvo e a partir de agora nunca o deixará de tratar como tal. Tudo será escrutinado com um grau de detalhe anormal e a má vontade da parte dos jornalistas será infinita. Rui Machete está politicamente diminuído (em parte, ou em larga medida, por sua culpa) e assim continuará até ao fim da sua passagem pelo Governo. Não sei que papel lhe reservava o primeiro-ministro no Governo, mas o ministro não tem, nem terá, condições para o desempenhar.
Mas regressemos à má vontade. Um exemplo prático: este artigo. Dizer que Machete atrapalha a cimeira luso-angolana a realizar em Novembro ou Dezembro é um disparate sem pés nem cabeça. Não tenho conhecimento de qualquer incómodo da parte de Angola em relação às afirmações do ministro, antes pelo contrário. O conteúdo das suas declarações é, por agora, única e exclusivamente um problema no âmbito da nossa política interna entre o Governo e as oposições. Não há nenhum 'caso' entre Angola e Portugal fruto das suas declarações. É possível que venha a existir um problema, mas se tal acontecer será uma consequência da política interna portuguesa e não das declarações iniciais de Machete. Mas, repito, a comunicação social quer sangue e não descansará enquanto o ministro não for politicamente abatido.