Ricardo Costa esqueceu-se de tirar uma terceira lição, porventura a mais importante. O acordo alcançado entre a CDU e o SPD, nos termos em que foi formulado, marca a falência total da estratégia europeia de António José Seguro. O líder do PS reclamava que era possível uma abordagem europeia diferente e, nessa medida, apostou muito nas eleições francesas e alemãs. Ora, depois da França, chegou a vez de a Alemanha validar a manutenção do actual rumo europeu. Poderão ocorrer ajustes pontuais, naturalmente, mas no essencial a estratégia que se seguiu nos últimos anos é para manter com o SPD no poder na Alemanha e com Hollande na presidência francesa, por muito que isso custe a António José Seguro.
Sim, "Passos Coelho teve sempre razão", refere Ricardo Costa. "Não lhe vale é de muito", acrescenta.
Não sei. O que sei é que se tivesse estado errado as consequências poderiam ter sido graves. Nessa medida parece-me que valeu alguma coisa a Passos Coelho -- e a todos nós -- estar certo. A quem seguramente não valeu nada estar errado foi a António José Seguro que vê agora a sua abordagem europeia ruir por completo.