António Ramalho Eanes não tem culpa nenhuma disto. Se há alguém que não tem culpa 'disto' é ele, uma das poucas, muito poucas, referências políticas e morais em Portugal. Infelizmente, a justa homenagem à sua pessoa ficou refém dos suspeitos do costume. Sempre, sempre, a mesma tropa.
José Ortega y Gasset: "Yo soy yo y mi circunstancia". Liberdade e destino. A vida é isto, o que não é pouco.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Os donos do regime
À Esquerda e à Direita, há 40 anos que são sempre os mesmos. Elogiam-se uns aos outros, em espaços em que o cidadão comum não entra, ou em que é tolerado na segunda metade da sala. Nestes elogios públicos entre compagnons de route ninguém está desempregado e seguramente ninguém ganha o salário mínimo. Nenhum sabe o que é gerir uma empresa privada, criar e manter postos de trabalho, preocupar-se com o final do mês, com as encomendas dos clientes, com a criação de valor, com a inovação, ou com as exportações. Nenhum teve de emigrar, nenhum conheceu dificuldades ao longo da vida. Nada. Em contrapartida, abundam as subvenções vitalícias e as reformas chorudas, abundam aqueles que a manutenção do seu posto de trabalho nunca foi uma preocupação. Há excepções? Claro. Mas esta elite, no geral, não poderia estar mais longe do cidadão comum. No entanto assumem-se como intérpretes legítimos de experiências de vida que não conhecem. Falam em reformar o sistema, o sistema que eles criaram e que os alimenta há 40 anos consecutivos.