O cumprimento dos objetivos orçamentais "para a receita fiscal e para a Segurança Social já não parece possível" tendo em conta os números da execução orçamental, afirma a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
Nada me leva a pensar que a UTAO está errada. Partindo dessa base, e tendo em conta que aumentar mais ainda a carga fiscal seria suicídio político, temos duas possibilidades. A primeira exige que o Governo aceite aquilo que publicamente tem recusado: mais tempo, i.e. rever as metas calendarizadas com a troika. Se tiver de o fazer -- ainda que formalmente até possa alegar que a iniciativa partiu de Bruxelas -- tal implica riscos políticos muito sérios para Pedro Passos Coelho.
A segunda possibilidade passa por encontrar novas receitas extraordinárias. Onde? Eis a grande questão. Talvez um imposto extraordinário sobre o património/riqueza, defendido por exemplo por Vital Moreira ou Miguel Cadilhe?
Seria, se possível e exequível, a minha primeira opção.
P.S. -- Neste quadro de incerteza, imagine-se como será preparar o Orçamento do Estado para 2013...