domingo, 19 de agosto de 2012

Falar baixinho vs. fazer voz grossa

O editorial do Público de hoje considera que a "subalternidade a que [Pedro Passos Coelho] se votou [no plano europeu] (...) não leva a lado nenhum. Por isso, "Passos Coelho tem o dever de fazer escolhas, de tomar partido". Afinal, "é com esse estofo que se fazem os estadistas".
Este editorial, repito, é do Público, muito embora ficasse melhor na Acção Socialista. Com uma ressalva: nem o PS foi ao ponto de acusar o Primeiro-Ministro de não se comportar como um estadista.
Entretanto, um destes dias talvez o Público nos explique como é que "tomar partido" -- e o "tomar partido" só tem uma consequência possível, i.e. hostilizar a Alemanha -- contribui para salvaguardar o interesse nacional. O que é que Portugal ganha nesta fase em alienar publicamente o apoio alemão? Como é que isso maximiza a nossa posição?
Comportar-se como um estadista não significa que se tenha de exibir testerona política. Comportar-se como um estadista por vezes passa por engolir o orgulho pessoal em nome do interesse nacional.