"Restam assim duas possibilidades: ou a adopção de medidas adicionais para atingir um défice de 4,5% do PIB, ou rever a meta para o défice de forma a incorporar o desvio, sendo que esta segunda possibilidade requer a anuência da troika" (Lusa via Público, 27.8.2012).
As duas possibilidades colocam problemas à narrativa oficial. Perante estes cenários, como é que, afinal, 2013 "será o ano da inversão da actividade económica"?
Devo dizer que na altura não vislumbrei qualquer problema no discurso do Pontal e na tentativa de transmitir alguma esperança. Hoje, porém, conhecidos na semana passada os números da execução orçamental, confesso que já não tenho tanta certeza.
Talvez seja ignorância minha, que não sou economista, mas adoptando medidas adicionais ou revendo a meta do défice, de uma forma ou de outra tal não significa que 2013 poderá vir a ser, muito mais do que inicialmente previsto, um ano de acrescidos sacrifícios?
A não ser, claro, que Pedro Passos Coelho deite a toalha ao chão e solicite mais tempo à troika, hipótese que, por diversas razões, foi sempre publicamente rejeitada.
Estou a ver bem o filme, ou estou a meter os pés pelas mãos?