sábado, 25 de agosto de 2012

Janela Lusófona [11]

1. A UEMOA vai emprestar à Guiné-Bissau cerca de 28.5 milhões de dólares. Uma gota de água no oceano das necessidades a satisfazer, numa altura em que o CEMGFA António Indjai revela bem o seu nervosismo e desconfiança, ao acusar sectores das Forças Armadas de tentativa de contra-golpe de Estado, com o alegado suporte financeiro de Carlos Gomes Júnior.
Nervosismo e desconfiança militar, mas também política, como transparece da decisão do Presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, de exonerar Edmundo Mendes do cargo de Procurador-Geral da República, nomeando Adbu Mané em sua substituição. Tudo, na mesma, portanto.
2. Poderá ocorrer, como defende Louise Redvers, uma surpresa nas eleições em Angola?
Não acredito. Seria para mim algo inesperado. Não seria a primeira surpresa que teria, claro. A última que tive foi quando José Ramos-Horta não passou à segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste. Em todo o caso, um mau resultado para José Eduardo dos Santos e para o MPLA seria mesmo uma grande surpresa. Uma surpresa de proporções sísmicas. Repito, não acredito.
3. "As trocas comerciais entre Portugal e Moçambique estão a viver um momento extraordinário, nunca antes conhecido", disse Paulo Portas, após um encontro com o seu homólogo moçambicano Oldemiro Balói. Paulo Portas está em Maputo para participar na abertura da FACIM2012, a mais importante feira económica de Moçambique, que este ano tem um número recorde de empresas portuguesas, cerca de 140.
Coincidência, ou talvez não, por estes dias a Rádio Moçambique destaca um estudo do banco sul-africano Rand Merchant Bank que considera Moçambique o terceiro país africano mais atractivo para o IDE.
Em circuntâncias normais, as trocas comerciais entre Portugal e Moçambique continuarão a crescer nos próximos anos. Tal como, aliás, a emigração portuguesa. Moçambique não é Angola mas, ainda assim, na próxima década é seguro afirmar que as relações bilaterais entre Lisboa e Maputo darão um salto enorme nos planos económico e político. Está escrito nas estrelas.