Francisco Louçã demonstrou hoje abertura da parte do BE para participar num futuro Governo de Esquerda com o PS e com o PCP. O ainda líder do BE salientou, todavia, que "uma aproximação ao PS e uma convergência com o PS só seria possível se o PS rejeitasse o memorando da troika".
Em suma, Louçã está de partida, mas quer definir [1] o modelo directivo (a solução bicéfala), [2] os protagonistas (João Semedo e Catarina Martins), e [3] o futuro conteúdo da agenda política do BE. Não é por nada, mas parece-me sombra a mais...
João Semedo, por agora, vai dizendo que Louçã é "uma sombra à sombra da qual o Bloco não se importa de estar" (DN, 19.8.2012: 2). No entanto duvido que seja verdade. É inevitável que a sombra se torne incómoda, pior ainda se quiser condicionar -- tal como está a acontecer -- o debate sobre o futuro do Bloco.