sábado, 18 de agosto de 2012

Reacções ao discurso do Pontal

Se bem percebi, os críticos entendem que Pedro Passos Coelho não deveria ter dado um sinal de esperança no seu discurso no Pontal. Não deveria, portanto, ter dito que 2013 "será o ano da inversão da actividade económica". Em nome do 'realismo' -- curiosamente alguns destes 'realistas' andaram a engolir acriticamente os discursos de José Sócrates durante anos a fio -- o Primeiro-Ministro deveria ter sido mais comedido nas suas declarações.
É óbvio que 2013 pode não ser o momento de viragem, nomeadamente porque há variáveis de ordem externa que não controlamos, mas que influenciam a nossa capacidade de resposta. Em todo o caso, pesados os prós e os contras, neste momento há indicadores que indiciam que o pior pode estar ultrapassado e é com base nisso que Passos Coelho profere aquelas palavras. O Primeiro-Ministro sabe que corre um risco calculado nas suas previsões. Mas o seu papel não é o do analista político -- algo que Álvaro Santos Pereira persiste em se esquecer -- mas sim o do político. E o político Passos Coelho e líder do PSD -- talvez se justifique recordar que foi nessa qualidade que a sua intervenção se realizou -- fez aquilo que deveria ser feito, i.e. transmitiu alguma esperança. Não mais do que isso.