Muito já se disse e escreveu -- i.e. especulou -- sobre a sucessão de Fernando Pinto Monteiro. Era inevitável, em parte porque ao longo das últimas semanas o Ministério Público tem estado entretido a fazer campanha. Isto dito, muitos dos nomes que circulam são seguramente uma brincadeira maldosa...
Adiante. Aproveitando a sua ida à Universidade de Verão do PSD, Cândida Almeida decidiu tranquilizar-nos e disse-nos "olhos nos olhos: O nosso país não é corrupto, os nossos políticos não são corruptos, os nossos dirigentes não são corruptos". Pela minha parte, agradeço o esclarecimento, mas já sabia. Aliás, em bom rigor, todos os portugueses já sabiam isso há muito tempo. Basta olhar para o número de 'políticos' e 'dirigentes' que vão a julgamento e que em julgamento são condenados. Todos sabemos que em Portugal a corrupção é um fenómeno sem expressão.
Já sobre a possibilidade de poder vir a ser PGR, Cândida Almeida deixou-me muito intranquilo. "Não vou responder a isso, parece que me estou a oferecer", disse a procuradora-geral Adjunta. Pronto, confirmamos que não se estava a oferecer. Nós percebemos. Mas fico terrivelmente intranquilo por constatar que tem essa ambição, caso contrário teria logo afastado essa possibilidade. O que me tranquiliza, valha-me isso, é que o Primeiro-Ministro e o Presidente da República, mesmo nos seus dias menos lúcidos, nunca cometeriam tal disparate. Não, pois não?