Nem tudo, felizmente, é negativo nas crises políticas. Momentos como o actual são uma oportunidade única para observar a reacção e a resposta de pessoas e procedimentos. As crises expõem os pontos fracos e fortes do Governo, algo que não seria possível testar numa situação de normalidade.
Ora, uma das lições a retirar desta crise é que Pedro Passos Coelho está politicamente desacompanhado. Nos dias mais difíceis os ministros desapareceram do radar. Houve uma única excepção, que tenha notado: José Pedro Aguiar-Branco. O ministro da Defesa foi o único que, apesar de não ser particularmente eficaz, não se encolheu e foi à luta em defesa do Governo. Fica, portanto, a lição: Quando ocorrer uma nova crise, e ela ocorrerá, mais tarde ou mais cedo, uma vez mais o Primeiro-Ministro não terá ministros para o acompanhar e apoiar no combate político. Algo a ter em conta igualmente na futura remodelação governamental.