sábado, 22 de setembro de 2012

Oito horas

A reunião do Conselho de Estado, como se sabe, perdeu parte da sua relevância e urgência ao longo desta semana, mas mesmo assim durou oito longas horas. Grosso modo, o tempo equivalente a quatro maratonas...
Terá terminado por exaustão, ou alguém foi repondo as garrafas de água e os pratos com bolos secos?
Oito horas de conversa e, em larga medida, o assunto estava antecipadamente arrumado. Imagine-se se não estivesse.
Moral da história?
Constato que Aníbal Cavaco Silva convoca com pouca frequência o Conselho de Estado. Nos períodos entre as reuniões do Conselho de Estado, aparentemente os seus membros vão tomando nota dos assuntos que querem abordar no próximo encontro com o Presidente da República. Ainda por cima todos têm imensa coisa para dizer e para desabafar, e ninguém prescinde de o fazer. O resultado é um engarrafamento de oito longas horas e uma enorme fome no final. Felizmente existe o micro-ondas para aquecer o jantar.
P.S. -- Senhor Presidente, queira V. Excia. por favor marcar reuniões regulares e com maior frequência do Conselho de Estado de modo a evitar estes autênticos testes de resistência física. Se necessário, crie uma comissão de acompanhamento, ou um secretariado de apoio ao Conselho de Estado. Sugere-se igualmente a contratação de serviço de catering para o jantar, ou em alternativa, se não houver orçamento para isso, que um assessor passe a ir ao McDonald's num instante comprar hamburgueres para os senhores conselheiros. Austeridade, sim; dieta forçada, não.