Ao cuidado da Comissão de Coordenação da Coligação:
O CDS, putos traquinas, aproveitam sempre, como quem não quer a coisa, para ir dando umas palmadas nos colegas do PSD. O PSD, meninos bem comportados, que tenha notado nunca pregam umas rasteiras nos colegas do CDS. Mais, de forma incompreensível, comem e calam. Pelos vistos, anda tudo ocupado com assuntos mais importantes do que o dia a dia politico-partidário. Subitamente, os deputados do PSD (e não apenas eles) são todos tecnocratas e ninguém quer sujar os dedos com minudências de natureza politico-partidária.
O alvo desta vez foi António Borges. As palmadas, refira-se, são inteiramente merecidas, mas não é isso que está em causa. O que está aqui em discussão é o facto de o CDS sistematicamente -- repito, sistematicamente -- se sentir livre para criticar em público figuras do PSD. O que está aqui em causa é o facto de o CDS não cumprir um silêncio disciplinado em relação às intervenções de membros do PSD, por mais infelizes que sejam. A leitura alternativa, que não acredito que corresponda à realidade, é que Paulo Portas não controla os seus mais próximos colaboradores. Ora, se não é disso que se trata, o que espera o líder do CDS para exigir contenção verbal às suas tropas? Em sentido contrário, se isso não acontecer, o que espera o PSD para começar a dar uns tiros de dissuasão em algumas figuras do CDS?
É este o caminho que o CDS quer trilhar? Se a resposta for afirmativa, o que espera o PSD para responder?