"Houve eleições há um ano em Portugal, essa maioria está legitimada para governar, tem de se entender, sob pena de não atenderem aos interesses do país. O país precisa de estabilidade", disse Luís Amado. Uma crise política entre os partidos da coligação do Governo neste momento seria uma "irresponsabilidade", referiu igualmente o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Isto é tudo tão óbvio que entra pelos olhos dentro. Dito isto, não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Nos últimos 15 dias o Governo estoirou estupidamente grande parte do seu capital político. O desafio, a partir de agora, é ultrapassar a crise política, custe o que custar. O caminho?
Recuar na TSU (em curso), encontrar um ponto de equilíbrio na coligação e, para esse feito (mas não só), remodelar o Governo. A remodelação governamental, espero, não deve ser um exercício tecnocrático, mas sim político. Se não houver gente no Governo a pensar estratégia política não será seguramente o conselho de coordenação da coligação que a salvará da próxima crise.