Alguma coisa tem de mudar. Se a Comissão Europeia, o BCE e o FMI não abrem espaço político a uma revisão estrutural no programa de ajustamento em curso em Portugal, nesse caso o Primeiro-Ministro tem de relegitimar o caminho que estamos a trilhar. Não vejo outra forma de o fazer, sem se abrir a porta à possibilidade -- repito, à possibilidade -- de se realizar um referendo.
José Ortega y Gasset: "Yo soy yo y mi circunstancia". Liberdade e destino. A vida é isto, o que não é pouco.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
É preciso discutir a possibilidade de referendar a continuidade de Portugal no euro
Com a erosão acelerada do consenso nacional à volta do programa de ajustamento, é urgente que o Primeiro-Ministro reconquiste a iniciativa política. Julgo que a previsível remodelação governamental após a aprovação do Orçamento do Estado poderá não ser suficiente. Só vejo uma solução. Pedro Passos Coelho tem de colocar em cima da mesa a hipótese de se avançar com um referendo sobre a manutenção de Portugal no euro. É necessário abrir esta discussão no plano interno, mas também no plano externo, junto dos nossos parceiros europeus.