O Governo de transição da Guiné-Bissau exigiu "uma explicação clara e justificada" de Lisboa sobre "a expedição terrorista do capitão Pansau Intchama ", antes de "ser forçado a rever as suas relações com Portugal".
Isto é uma delícia e mais um sinal do desespero que paira em Bissau. Rever as relações com Portugal? Quais relações se Portugal não reconhece o Governo de transição como legítimo?
Adiante. Fernando Vaz nada manda. Dabana Walna, sim, manda alguma coisa, tendo em conta que é o homem de mão de António Indjai, e é aqui que está o verdadeiro centro de poder e de decisão.
É claro que o Governo oriundo do golpe de Estado de Abril gostaria que Portugal lhe prestasse explicações. Era um passo, ainda que indirecto, no seu reconhecimento por Portugal enquanto interlocutor.
Sejamos claros. O Governo de transição -- transição essa que há muito descarrilou no calendário -- não quer seguramente agravar mais ainda a sua relação com Portugal e com a CPLP. Se o fizer será a própria CEDEAO/ECOWAS quem lhe tirará o tapete.
Tudo isto não passa de fumaça e de actos de gente desesperada.