segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O calvário e a confiança

O calvário do Orçamento do Estado para 2013 continua hoje com a entrega formal no Parlamento da versão não sei quantos, revista e aprofundada, supostamente a versão final para debate. O processo de condução e elaboração do OE foi penoso, para não dizer muito mais. Entretanto, enquanto a anarquia política que parece vigorar no seio do Governo vai fazendo estragos, muitos estragos, o moral das tropas começa a ressentir-se, como não poderia deixar de acontecer.
Nada disto é ainda irreparável, por agora, mas se Passos Coelho não inverter muito rapidamente a espiral suicida que se instalou nas últimas semanas, mostrar de uma vez por todas liderança e autoridade, competência, conhecimento e controlo dos processos de decisão, receio que o Governo não chegue ao final de 2013.
As sondagens, nesta altura, interessam-me pouco. Este quadro, publicado na edição do jornal Expresso desta semana, porém, interessa-me muito.
O Primeiro-Ministro devia tirar uma cópia e afixá-la algures no seu gabinete. Vale o que vale, bem sei, mas parece-me altamente preocupante que 69,4% dos inquiridos não confiem no Governo. Em parte, julgo que o sentido das restantes respostas decorre desta profunda desconfiança. Restaurar a confiança é, portanto, a prioridade das prioridades. Enfim, não me vou repetir. O diagnóstico está feito e é conhecido.