terça-feira, 16 de outubro de 2012

O silêncio [1]

Os deputados do CDS, João Almeida e Adolfo Mesquita Nunes, contrariaram Vítor Gaspar e insistiram que Orçamento de Estado tem margem para ser alterado. Esta posição, note-se, surge após sucessivas reuniões do conselho de ministros, autênticas maratonas negociais, em que PSD e CDS discutiram e aprovaram o documento que ontem foi entregue no Parlamento.
Como interpretar a posição do CDS?
José Ribeiro e Castro disse o óbvio: "É fundamental [que Paulo Portas fale]. Não pode existir a mais pequena dúvida de que é ou não é o Orçamento do Estado proposto pelo partido".
Será que o CDS, na ressaca dos resultados eleitorais nos Açores, está a equacionar, uma vez mais, a possibilidade de um acordo de incidência parlamentar?
Ribeiro e Castro, em Setembro, considerava essa hipótese um disparate. Será?
Não sei. O que sei é que Ribeiro e Castro, ao contrário de Almeida e Mesquita Nunes, não faz parte do círculo político mais próximo de Portas. Se o líder do CDS estiver a pensar nessa possibilidade Ribeiro e Castro provavelmente será um dos últimos a saber.
Independentemente de toda a especulação que se possa fazer, uma coisa é certa: Portas tem de assumir responsavelmente que este é o Orçamento do Estado que conta com o apoio do CDS. Pode não ser o ideal, mas foi aquele que o CDS negociou e validou em conselho de ministros. Tão simples como isto.