"Desengane-se o Primeiro-Ministro se espera que o PS seja cúmplice da criação em Portugal de um Estado estilo 'low cost' para portugueses", referiu António José Seguro (AJS).
O líder do PS é um mãos largas e o custo é uma preocupação menor. Esta intervenção é uma re-edição de uma outra em que AJS se insurgia com extinções por uns míseros euros. Devo dizer que, contrariamente ao líder do PS, nada tenho, por princípio ou por preconceito, contra o conceito de low cost. Não vejo, portanto, nenhum problema filosófico se tivermos um Estado low cost. Evidentemente, teremos de encontrar um equilíbrio entre custo e qualidade. Mas como os recursos não são ilimitados, tal quer dizer que, inevitalmente, o custo do Estado terá de ser tido em conta.
AJS afirma que não quer um Estado low cost, como se isso fosse um sinónimo de peste. Vamos assumir que o Estado low cost é, de facto, indesejável. Nesse caso, como é que o líder do PS financia o Estado high cost?
AJS anda há meses a fugir de uma discussão séria dos problemas e continua a fazer oposição de acordo com os padrões do passado, esperando que o Governo, mais tarde ou mais cedo, acabe por se desmoronar. Na ausência de um pacto reformista e de um entendimento sério entre PS e PSD, o líder socialista parece esquecer-se que os problemas que agora empurra para a esfera exclusiva do Governo estarão à sua espera mais à frente se não forem agora resolvidos. Nessa altura será a vez de o PSD, num círculo vicioso e nada virtuoso, retribuir a demagogia. Uma demagogia high cost e sem qualquer qualidade.
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Exactamente. Comece já!