Há um lado superficial nesta escolha e também injusto de certo modo. É certo que as dificuldades eram muitas, mas mesmo que se tenha em conta estas atenuantes Vítor Gaspar não deixa de ser o ministro das Finanças que falhou todas as previsões e que para o ano previsivelmente voltará a falhar de novo. Não falhou e não falhará propositadamente e preferiria de certeza absoluta não ter de aplicar uma receita tão dura em termos de austeridade. Isto dito, ao longo de 2012, Vítor Gaspar teve sempre dificuldade em ir para além de um registo de tecnocrata zeloso, pecando por defeito na vertente política que a função também exigia, nomeadamente no plano europeu.