sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Governo, deputados e partidos: Uma resposta

Michael Seufert refere-me, aqui e aqui, mas incorrectamente, de certo modo. É que a iniciativa em causa, ao contrário do que se infere do que escreve, na minha leitura não tem precisamente a relevância que lhe confere. E esse é o problema. Se ela tivesse impacto substantivo no funcionamento ou acção do governo, com refere, nesse caso teria todo o meu apreço. Porém, na minha opinião (como qualquer opinião, subjectiva, claro), são peanuts populistas sem grande relevância financeira.
O texto vai muito para além do que escrevi e em muito daquilo que escreve estamos de acordo. Em bom rigor, o meu comentário é apenas um pretexto para o Michael Seufert abordar um conjunto de outras matérias. Claro que a tese de que os deputados não servem para nada não tem qualquer sentido. Mas, já agora, precisamos de 230 parlamentares?
Pessoalmente, que não sou nem quero ser deputado, preferia menos, melhores deputados e com mais condições de trabalho. Um gabinete para cada um, por exemplo, bem como um assessor ou assistente pessoal, parece-me o mínimo dos mínimos. Preferia igualmente deputados com remunerações mais elevadas, mas em contrapartida acabava com os deputados em part-time. Alterava a lei, seguramente, para não permitir isto (e isto, já agora) que considero inadmissível.
Não faltam matérias a merecer a atenção dos deputados, como o Michael Seufert sabe muito bem, tanto com incidência substantiva na despesa do Estado, como de natureza simbólica. O CDS, porém, preocupou-se com os carros. Uma espécie de tail that wags the dog. E porque os dias não têm um número de horas ilimitado, enquanto o grupo parlamentar do CDS preenche o tempo com matérias menores, como os carros, há outras que ficam por abordar. É a vida.