"Os desembolsos previstos no âmbito do programa suportado pela troika deverão estar concluídos dentro de muito pouco tempo. Precisamos de levar mais longe a estratégia, que já iniciamos, de regresso aos mercados", frisou Pedro Passos Coelho.
Será para mim uma boa surpresa se se confirmar o eventual êxito no regresso de Portugal aos mercados. Há seis meses atrás parecia-me um objectivo algo distante, muito dependente da conjuntura europeia. Era uma meta possível, mas de concretização difícil e incerta. Evidentemente, trata-se apenas de mais um passo, entre outros, no regresso à normalidade, mas em todo o caso é uma etapa muito importante e que muitos receavam que não fosse possível. A necessidade de um segundo resgate parece estar, por isso, mais distante.
Estamos muito longe de poder declarar vitória, ainda por cima numa altura em que o ano de 2013 está apenas a começar. E com ou sem regresso aos mercados, este ano será terrivelmente difícil. Os números do desemprego, da recessão, entre outros, não enganam: o ano em curso será muito duro.
Isto dito, o regresso aos mercados, assumindo que se concretizará e que será um regresso efectivo e não para inglês ver, será eventualmente um ponto importante na alteração da percepção do ciclo político em curso. Veremos, a seu tempo.