quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reforma do Estado social

Que o Primeiro-Ministro tenha de situar o debate neste plano é algo que diz muito sobre a qualidade do mesmo. Pedro Passos Coelho é obrigado a centrar a mensagem no básico: "defender o Estado social implica reformá-lo".
E pronto, não saímos desta guerra política absurda entre aqueles que dizem defender o Estado social e que por isso não lhe querem tocar e aqueles que entendem, a meu ver de forma acertada, que a defesa do Estado social passa inevitavelmente pela sua reforma. Ou seja, nem chegamos a discutir no espaço público aquilo que deveríamos estar a discutir -- aquilo que verdadeiramente interessa -- e que são as opções possíveis no âmbito da reforma do Estado social.
As opções não são seguramente consensuais. O 'episódio' ADSE revelou bem as linhas de fractura no interior do PS, mas elas existem também, embora menos notórias, no interior do PSD. Infelizmente o PS remeteu-se a uma posição de cadeira vazia, estratégia que nunca deu bons resultados.
O debate, com as limitações aqui referidas, entre outras, seguirá de qualquer modo o seu caminho, com ou sem PS. E a seu tempo o PS será confrontado com a responsabilidade pela sua ausência num momento crítico. É a vida.