sexta-feira, 29 de março de 2013

Patetice intemporal [2]

A entrevista de José Sócrates foi "brilhante", disse Mário Soares (Expresso, 29.3.2013: 4). O seu entusiasmo é apenas comparável ao de Nicolau Santos e seguramente ao de Baptista da Silva.

Tão simples como isto

"Resolveu-se a crise de Chipre aumentando a probabilidade de crises futuras. Ou seja, tornámos todo o sistema mais frágil e instável", Paul de Grauwe (Expresso, supl. Economia, 29.3.2013: 9).

quinta-feira, 28 de março de 2013

Patetice da semana [1]

Agora, com o regresso de José Sócrates a Portugal, vai passar a haver oposição ao Governo.

A bolha

José Sócrates continua a viver no seu mundinho. Na sua bolha particular. Aparentemente não é o único. Ainda há quem continue a olhar para a forma independentemente do resto. E o resto, pequeno pormenor, é a realidade. O tal animal de comunicação ainda convence alguém com a sua narrativa de fantasia?
Evidentemente que não. O estado de negação é demasiado óbvio. Muito provavelmente José Carlos Alexandre tem razão.

Um problema com a narrativa [2]

Ler igualmente Pedro Correia.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Um problema com a narrativa [1]

Costuma dizer-se que a história é escrita pelos vencedores. José Sócrates, pelos vistos, acredita nisso e tudo fará para que, no mínimo, a história também inclua a sua versão dos factos. Ao longo da entrevista concedida à RTP foi evidente a sua preocupação com a "narrativa" e com a "tese" dominante. Narrativa que tem "passado sem contraditório", nas suas palavras. A mensagem tem um destinatário óbvio ainda que Sócrates tenha evitado criticar directamente António José Seguro.
O ex-Primeiro-Ministro deixou bem claro que quer re-escrever a narrativa, ou parte dela pelo menos. Mas o que não quer é assumir as suas pesadas responsabilidades. "Todos os que assumiram responsabilidades políticas têm responsabilidades" relativamente ao estado a que chegou Portugal, reconheceu Sócrates. Uma fórmula que, na verdade, nada reconhece. Se todos têm responsabilidades por igual, na prática ninguém as tem. Na história escrita por Sócrates, o seu mandato não é pior nem melhor do que os anteriores. Era bom, era...
Quanto ao resto, o mesmo personagem de sempre. Dois anos a estudar filosofia em Paris e Sócrates não aprendeu nada. Um investimento, está visto, com retorno diminuto.

[Adenda]
Miguel Gaspar, numa análise na mesma linha.

O correio já não é o que era...

A carta de António José Seguro ainda antes de estar escrita a sua versão final e de ter sido enviada já era do conhecimento público. Hoje, por sua vez, Silva Peneda escreve uma carta aberta a Wolfgang Schauble. Uma carta aberta sempre é um exercício menos complexo do que a carta virtual de conteúdo em formação de Seguro, mas em todo o caso seguramente que coloca dúvidas na estação dos correios sobre que tipo de selo deve ser cobrado.
As velhas cartinhas que seguiam pelo correio e em que os destinatários eram os primeiros -- e porventura os únicos -- a tomar conhecimento do seu conteúdo é, pelos vistos, actualmente algo ultrapassado. É a vida.

Uma dúvida

Aquela rapaziada das 'Grândolas' e de outros números similares está a pensar ir até às instalações da RTP dar as boas vindas a José Sócrates, ou não quer incomodar o grande responsável pela situação em que nos encontramos?

Schumpeter estava errado

Joseph Schumpeter não poderia prever quando escreveu sobre o processo de destruição criadora que um dia existiria uma elite europeia tão irracional como a actual. Alguém que chegue neste momento de Marte não consegue perceber, de certeza absoluta, o que é que levou meia dúzia de loucos a colocar de novo em causa a estabilidade e a confiança na zona Euro.
Esta semana assistimos -- veja-se a reacção das bolsas europeias -- a uma destruição de valor totalmente gratuita e irresponsável. Isto, note-se, sem qualquer tipo de contrapartida ou de utilidade, tanto política como económica ou financeira.
Hoje impera na União Europeia a destruição suicida em vez da criadora. Vamos longe por este caminho.

terça-feira, 26 de março de 2013

Ainda é preciso...

...enviar? A troika não lê os jornais? No fundo, tudo não passa de encenação, não é?

Errou...

...mas não retira qualquer consquência disso.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Este tipo... [2]

...é um irresponsável. Esta maltinha brinca com o nosso futuro imediato sem medir as repercussões das suas palavras. Cambada de imbecis.

Este tipo...

...é doido varrido, de certeza absoluta. Não há outra explicação para as suas declarações, independentemente da sua bondade. Um pirómano, no mínimo.

domingo, 24 de março de 2013

Remodelação governamental?

O tema da remodelação governamental saltou para a comunicação social, uma vez mais. A novidade, porventura, está no facto de figuras relevantes do CDS não se coibirem de comentar o assunto. Como não acredito que tal possa ocorrer por mero acaso, a ilacção que retiro é que o CDS está a preparar o terreno e/ou a pressionar o Primeiro-Ministro.
É quase escusado dizer que concordo que a remodelação governamental é uma necessidade. Mas esta é uma avaliação que é seguramente partilhada pelo próprio Pedro Passos Coelho, faltando apenas encontrar o momento adequado. Por mim, devia ser ontem.

A Cimeira das Lajes

Bernardo Pires de Lima, A Cimeira das Lajes: Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque (Tinta da China, 2013).
.
Conheço Bernardo Pires de Lima (BPL) muito superficialmente. Numa ou noutra circunstância ocasional trocámos algumas palavras e não muito mais do que isso. E conheço, evidentemente, alguns dos seus artigos publicados em revistas de circulação mais restrita. Digo isto, em jeito de introdução, para esclarecer que não há amiguismo ou inimiguismo naquilo que vou escrever.
Os investigadores portugueses no domínio das Relações Internacionais dedicam muitas vezes a sua atenção a temas que só indirectamente estão relacionados com a política externa portuguesa. Tal resulta de diversas circunstâncias que agora não vale a pena explorar. Saliento isto apenas para dizer que, perante a escassez de atenção e de reflexão que é dada à política externa portuguesa, é sempre com interesse que folheio -- e leio se valer a pena -- as excepções à regra.
Esclareço desde já: estamos perante um excelente livro. Não só está bem escrito, como está igualmente bem documentado. BPL consegue estabelecer um equilíbrio harmonioso entre a análise e a descrição dos factos. Merece, por isso, toda a atenção do leitor.
BPL entrevistou e conversou com diversos intervenientes no processo que levou à Cimeira das Lajes, facto que lhe permitiu recolher informação em primeira mão. Faltou-lhe apenas entrevistar José Manuel Durão Barroso, facto que a entrevista a António Martins da Cruz compensa muito, mas obviamente não substitui. Tal, em todo o caso, em nada diminui o seu esforço e o resultado final.
Ao longo de cerca de 200 páginas, BPL revive todo o encadeamento dos factos que levou à Cimeira das Lajes e expõe, de forma plenamente conseguida, as tensões e os alinhamentos numa espiral que seria sem retorno.
Quando se olha criticamente para um livro é quase da praxe tentar encontrar falhas. Na verdade, elas quase que não existem. Diria que talvez se justificasse um olhar mais demorado e mais conceptual sobre a clivagem entre Atlantistas e Europeístas, digamos assim. Mas, repito, tal em nada diminui a qualidade deste excelente livro.
Em suma, recomendo vivamente a sua leitura.

P.S. -- Numa nota marginal para geeks das RI, e naquela que será porventura a minha única divergência com BPL, tenho muitas dúvidas que se possa dizer que o "pensamento de Jorge Sampaio é herdeiro do realismo clássico" (p. 90). Muito pelo contrário. Nesta matéria, como noutras, o comportamento e o raciocínio do ex-Presidente pareceu-me sempre muito mais próximo de uma abordagem liberal/institucionalista. Evidentemente, as funções impunham-lhe algum pragmatismo, mas Sampaio não era, no essencial, alguém alinhado com uma abordagem próxima da realpolitik.

sábado, 23 de março de 2013

Seguro avança com moção de censura contra Sócrates [2]

O PS apresenta uma moção de censura, mas esclarece ao mesmo tempo que honra "todos os compromissos do Estado português". Dito de outra maneira, o PS fuma mas não inala...
Sejamos muito claros. Antonio José Seguro apresenta uma moção de censura, mas não tem em vista qualquer mudança de rumo, uma vez que assume que manterá as políticas em curso ditadas pelo programa acordado com a troika. É claro que o líder do PS tinha de prometer que iria renegociar o programa com a troika, como se não se tivesse feito outra coisa a cada avaliação do mesmo. Obviamente, Seguro não clarifica o essencial, i.e. quais são os recursos de poder que o PS tem -- e que não tem o Governo -- de modo a alcançar resultados diferentes e melhores para Portugal. Ou qual é a estratégia secreta -- e mágica -- do PS que fará a troika sucumbir à sua vontade.
Sim, sim e sim. Mil vezes sim: as coisas são o que são...

Seguro avança com moção de censura contra Sócrates [1]

A confirmação, caso fosse necessário, de que a decisão de avançar com uma moção de censura resulta única e exclusivamente do regresso de José Sócrates ao palco político nacional está no próprio processo. Nada foi preparado devidamente. Não há ainda uma coisa tão simples como um texto, ainda que seja um mero rascunho, que sirva de base à própria moção. A moção não tem nada que ver com o desempenho do Governo e tem tudo a ver com a fragilidade do secretário-geral do PS. Repito: as coisas são como são...

Geometria política

Vejo igualmente que andam por aí alguns aprendizes de feiticeiro que ainda não aceitaram as decisões do eleitorado em 2011. Subitamente advogam soluções de secretaria para adaptar a realidade política às suas preferências, ainda que para isso tenham de fazer um pacto com o diabo. Isto dito, se não aprenderam nada com os erros do passado, como é que nos podem dizer algo de útil sobre o futuro?
Talvez seja mais inteligente começarem por praticar o desenho de círculos antes de tentarem fazer a sua quadratura.

Queda do Governo?

Aparentemente, há quem receie que a decisão a tomar pelo Tribunal Constitucional possa conduzir à queda do Governo. Independente do que o TC decida, seria para mim uma surpresa. Isto porque seria um acto de irresponsabilidade política da parte de Pedro Passos Coelho que não bate certo com o seu perfil. Seria, aliás, irónico que o Governo se comportasse de forma irresponsável no momento em que acusa, muito justamente, o PS de o estar a fazer com a apresentação de uma moção de censura.
Sejamos claros. Em política há sempre soluções e alternativas. Até poderão ser piores, mas há sempre rumos alternativos. Desiluda-se quem anda já a sonhar com a queda do Governo. A legislatura é para cumprir.

quinta-feira, 21 de março de 2013

As coisas são como são...

José Sócrates regressa à cena política, ainda que sob o disfarce do comentário, e António José Seguro sob pressão perde por completo o controlo do tempo político. O líder do PS pode dizer que não é pressionável e que encara com naturalidade o regresso de Sócrates, mas as coisas são como são. Em política não há coincidências. A moção de censura obedece única e exclusivamente a lógicas e a dinâmicas internas. A moção nada tem que ver com o desempenho do Governo, mas sim com a fraqueza de Seguro. É tão simples como isto.

Apesar de tudo...

...o PS continua do lado bom da força... Para o caso é irrelevante se tal resulta de convicção, ou de mero tacticismo. O resultado final é o mesmo.

[Adenda]
Bom, afinal, António José Seguro não conseguiu resistir à pressão. Estamos conversados.

Ainda bem...

Ainda bem que o Jornal de Negócios online tem uma ferramenta que permite ao leitor enviar emails com o intuito de corrigir imprecisões ou erros nas notícias.
Ainda bem que utilizei ontem essa ferramenta e que hoje tudo continua na mesma, com o mesmo erro (i.e. Francisco Seixas da Costa já não é representante permanente de Portugal na UNESCO, aliás como qualquer jornalista deveria saber, até porque é actualmente membro do conselho consultivo da Mota-Engil e dirige aqui em Lisboa o Centro Norte-Sul do Conselho da Europa).
Ainda bem que o Jornal de Negócios frisa nos seus conteúdos pagos que o "jornalismo independente e de qualidade exige investimento".
Ainda bem, em suma.
P.S. -- Evidentemente, não volto a perder o meu tempo a corrigir notícias no Jornal de Negócios.

A pulsão natural para silenciar os adversários

Independentemente de concordar com as acusações que são feitas a José Sócrates, e independentemente de concordar com o critério jornalístico, aquilo com que não posso concordar de certeza absoluta é com a tendência incontornável para silenciar alguém.
Não sei se o regresso de José Sócrates é um problema maior para António José Seguro ou para Pedro Passos Coelho. Provavelmente no curto-prazo será para o primeiro, e no médio e longo-prazo será para o segundo. Veremos. Aquilo que sei, de certeza absoluta, é a intenção do ex-Primeiro-Ministro. A sua colaboração com a RTP sem qualquer remuneração não deixa espaço para dúvidas.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Listen very carefully, I shall say this only once! [14]

Pedro Amakasu Raposo, "Portugal and Japan: A New Course or Just Historical Momentum?" (IPRIS Policy Brief, No. 8, March 2013).

Não deixo de ficar espantado...

...com o número de pessoas que se reclama porta-voz do sentir do povo. Muitos deles, para não dizer todos, não anda nos transportes públicos há anos, não sabe o que é viver com os cêntimos contados, discutir com o cônjuge ou com os filhos fruto da falta de dinheiro, entre muitas outras coisas. E, no entanto, ei-los sem pudor e sem vergonha a tentar manipular o sentir do povo no sentido que mais lhes interessa.

terça-feira, 19 de março de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

Chipre [2]

A Rússia andou meses a prometer ajudar o Chipre, mas no final acabou por ser a UE quem se chegou à frente. Moral da história?
De duas, uma. Ou a Rússia prometeu, mas nunca deu a devida substância às promessas. Ou as suas condições são ainda mais draconianas.
Isto dito, o Chipre pode vir a ser a peça no puzzle da zona euro através da qual a Rússia provocará ondas de choque. Algo me diz que talvez não esteja ainda fechada a última página neste livro escrito por imbecis. Alguém parece ter esquecido a história e a igualmente velha geopolítica.

Carrossel [12]

Correio da Manhã (18.3.2013).

Caminhos perigosos

Totalmente de acordo. O bom senso é um bem escasso, por vezes parece em vias de extinção.

Chipre

Não vale a pena gastar muito latim com o acordo a que se chegou na UE relativamente ao Chipre. Tucídides resumiu a coisa na perfeição há muitos séculos: "the strong do what they can and the weak suffer what they must".
É a vida.

Listen very carefully, I shall say this only once! [12]

Paulo Gorjão, "Portugal", in Andrei Kulikov (ed.), EU Budget 2014-2020: Views from across Europe after 7-8 February 2013 (Bulletin on European and CIS Studies, Institute of Europe, Russian Academy of Sciences, March 2013), pp. 35-36.

domingo, 17 de março de 2013

Fiabilidade zero

Uma coisa é certa, como Vítor Gaspar não acerta uma previsão, a única garantia que temos é que não vamos fechar o ano de 2013 com os números apontados pelo ministro das Finanças. Podem ser melhores, ou piores, mas não serão aqueles de certeza absoluta. O grau de desconfiança é tão grande que o próprio Primeiro-Ministro já desvaloriza as previsões de Gaspar: "previsões são apenas previsões", diz Passos Coelho. Pois são. Mas é suposto terem alguma fiabilidade, ou não?
Infelizmente, as de Gaspar têm fiabilidade zero.

Sobre o preconceito antipolicial

"A PSP agia com precaução, sabia que estava a ser filmada", escreve o jornalista Ricardo Vilhena. Ele, em contrapartida, escreve com a falta de precaução de quem parece não estar a ser lido. E assim, com uma leveza irresponsável, fica subentendido que se não estivesse a ser filmada a PSP agiria sem precaução. Dito de outra maneira, o jornalista sustenta-se em que factos, em que provas, para dizer que a precaução da PSP resulta de estar a ser filmada, alguém sabe?

Disse e...

...reafirmo. Um tecnocrata, puro e duro, sem a mínima elasticidade política.

Uma dúvida

Por quanto mais tempo adiará Pedro Passos Coelho uma remodelação governamental?

sexta-feira, 15 de março de 2013

Bom senso, precisa-se...

Bom senso é um bem escasso na política portuguesa. Aparentemente, parece que há uns deputados -- não identificados, claro... -- do CDS incomodados com o elogio a Hugo Chávez no voto de pesar aprovado esta semana no Parlamento (Sol, 15.3.2013: 56). Pelos vistos não os chocaria absolutamente nada que Portugal não protegesse os seus interesses nacionais em nome de uma intransigência oca e desprovida de qualquer lógica.

Carrossel [11]

Diário de Notícias (15.3.2013).

Janela Lusófona

1. Portugal
1.1 [EM PRIMEIRA MÃO:] Foi cancelado o encontro a ter lugar na próxima terça-feira entre Paulo Portas e o seu homólogo senegalês, Mankeur Ndiaye. Paulo Portas vai estar no Vaticano para assistir à missa de inauguração do Papa Francisco I, não conseguindo deste modo conciliar a sua deslocação com a recepção do seu homólogo senegalês. Mankeur Ndiaye estaria em Lisboa no dia 19, partindo depois para o Brasil.

[Em actualização.]

quinta-feira, 14 de março de 2013

É impressão minha...

...ou nunca mais houve sessões de 'Grândola' a interromper ministros e secretários de Estado? Querem lá ver que os episódios 'espontâneos' de pessoas sem ligações aos partidos -- a.k.a. BE e PCP -- eram, afinal, actos de protesto sem nada de espontâneo e, porventura, com uns dedinhos partidários pelo meio?

quarta-feira, 13 de março de 2013

Janela Lusófona

1. Moçambique
1.1 Jinty Jackson, "Resource curse casts a shadow on Mozambique’s door". Vamos ouvir falar muito, nos próximos anos, sobre a 'maldição dos recursos' a propósito de Moçambique. O mesmo aconteceu com Timor-Leste. Há uma vasta literatura sobre o tema, muitas vezes divergente nas causas apontadas e nas soluções sugeridas. Com ou sem consensos, é um facto que o risco se perfila no horizonte.
Estima-se que Moçambique tenha as quartas maiores reservas de gás natural a nível mundial (Rússia, Irão e Qatar são os detentores das maiores reservas mundiais). As reservas petrolíferas moçambicanas que vão sendo descobertas, por sua vez, continuam a crescer. Percebe-se, por isso, a preocupação com a maldição dos recursos.
2. Portugal
2.1 [EM PRIMEIRA MÃO:] Estará em Lisboa, na próxima semana, o MNE do Senegal, Mankeur Ndiaye. O aprofundamento das relações bilaterais é o tema incontornável. Mas mais incontornável ainda é a discussão do impasse na Guiné-Bissau...
3. Guiné-Bissau
3.1 "Começou o julgamento dos assaltantes ao quartel dos comandos de Bissau". Muita coisa para esclarecer. Mas será esclarecida?
4. CPLP
4.1 "CPLP destaca "vontade política" da Guiné Equatorial para aderir ao grupo". Murade Murargy já começa a irritar com a sua insistência despropositada e fora de tempo sobre a adesão da Guiné-Equatorial à CPLP. E eu, note-se, nem tenho uma posição de princípio contrária, mas parece-me que tudo tem o seu tempo e o seu espaço próprio.

terça-feira, 12 de março de 2013

Janela Lusófona

1. Guiné-Bissau
1.1 Blair Glencorse and Janet Yarwood, "Rectifying Guinea Bissau's Image Problem". Era bom, era, se o problema fosse apenas uma questão de imagem. Era bom, era, se os diferendos se resolvessem apenas com a emergência de uma nova classe política e económica. Infelizmente os problemas são mais profundos e não se resolvem com uma silver bullet.
1.2 António Aly Silva, "Que é feito das sanções?". Julgo que Aly Silva está a olhar para a árvore das sanções e a ignorar a floresta. E a floresta é que, aparentemente, a CEDEAO percebeu finalmente que Indjai fará sempre parte do problema e nunca da solução. Dito de outra maneira, as deslocações ao estrangeiro de Indjai poderão estar relacionadas com o seu futuro e eventual afastamento das Forças Armadas da Guiné-Bissau. A confirmar-se seria uma excelente notícia.
2. Angola
2.1 "S. Africa, Angola and DR Congo leaders back peace deal". A crescente aproximação à África do Sul tem sido a grande novidade na política externa angolana desde que Jacob Zuma foi eleito Presidente em 2009. Uma novidade que não pode deixar de ser acompanhada com interesse em Lisboa.
2.2 Manoah Esipisu, "Angola wealth fund looks to invest in Southern Africa". Há muita curiosidade à volta do recentemente criado Fundo Soberano de Angola (FSDEA) e de José Filomeno dos Santos. Sim, o FSDEA poderá investir na África Austral, mas evidentemente não é líquido que se limite a essa região. A África do Sul, claro, se puder quer captar parte desse investimento.

Listen very carefully, I shall say this only once! [11]

Sean Goforth, "Venezuela: What Now?" (IPRIS Viewpoints, No. 119, March 2013).

segunda-feira, 11 de março de 2013

Um balão de oxigénio...

...ao bom aluno que bem o merece.

sábado, 9 de março de 2013

Carrossel [10]

Expresso (9.3.2013).

Spin

"[António José] Seguro estará, numa só penada, a mostrar ao primeiro-ministro que faz aquilo que ele não consegue -- admitir erros -- e a criar o seu espaço no interior do partido, depois da pressão da ala socratista, que queria ver o actual líder a defender mais a herança" (Público, 9.3.2013: 6).
Este parágrafo foi escrito pela jornalista Maria Lopes e não é atribuído a qualquer fonte anónima ou identificada. É, portanto, a sua análise, digamos assim. Perante isto resta-me dar os parabéns a Seguro pelo excelente exercício de spin nos bastidores.
Seguro é obrigado a escrever um documento a várias mãos -- entre elas as de António Costa -- e é forçado a dizer aquilo que até agora não tinha dito, e a jornalista Maria Lopes conclui brilhantemente que ele "numa só penada" matou dois coelhos. Fantástico.
A jornalista nada diz sobre como teve acesso em primeira mão à moção de Seguro e os socialistas que cita nenhum deles é da direcção do líder do PS. Vai na volta recebeu o documento num envelope não identificado e não falou com absolutamente ninguém da direcção do PS. E, no entanto, a sua análise não andaria muito longe daquilo que Seguro gostaria que fosse a leitura 'certa' da sua moção. É a vida.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Listen very carefully, I shall say this only once! [10]

Bruno Oliveira Martins, "Welcome to the Future: Legal, Ethical, and Political Issues in the Use of Drones" (IPRIS Viewpoints, No. 118, March 2013).

Totalmente...

...de acordo com António José Seguro. A proposta não tem pernas para andar, por agora pelo menos, mas esse é o caminho certo.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Uma dúvida

O Jornal de Angola não escreve nenhum editorial sobre isto?

O ideal e o real

Pode ser o ideal, mas o real manda que politicamente não se diga isso. Ou a prova provada que um bom técnico não é necessariamente um bom político.

Uma boa notícia... [3]

Talvez seja melhor não deitar já muitos foguetes. A gestão das expectativas aconselha alguma prudência.

Uma boa notícia... [2]

Recompensa? Claro. Mas ainda temos muito caminho para percorrer. Em todo o caso é sempre bom ver que o terrível esforço que nos tem sido pedido não está a ser em vão. Aliás, como era expectável.

Devem ser ouvidas

E isso quer dizer o quê, em concreto, senhor Presidente? Sendo específico, que ilacções deve tirar o Governo das manifestações, importa-se de esclarecer?
Bem sei que o Presidente -- que não é um político profissional -- está a fazer política, pura e dura. No fundo, com uma mão cheia de nada, diz aquilo que muitos querem ouvir.

Uma boa notícia...

...como é óbvio, mas que infelizmente não tem consequências imediatas nas nossas vidas. Mostra, de qualquer modo, e caso fosse necessário, que o caminho que tem sido trilhado pelo Governo, no essencial, tem sido o correcto.

[Adenda]
Na verdade, tem consequências imediatas nas nossas vidas. O que quero dizer é que não se sente de imediato naquilo que nos toca mais directamente, como seja o (des)emprego ou o valor dos salários. Mas, enfim, é um pequeno passo no caminho certo.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Quase três décadas

Sim, leu bem. A sustentabilidade da dívida pública levará quase três décadas a alcançar. Mais até se, porventura, os pressupostos se alterarem, o que não me parece, de todo, uma hipótese a excluir. Em suma, temos aqui uma bela brincadeira pela frente.

terça-feira, 5 de março de 2013

Daniel Oliveira...

...esclarece que abandona o Bloco, mas que não está no "mercado partidário", como se isso fosse politicamente ilegítimo. Admito que não, no mínimo no curto-prazo. Isto dito, alguém que no momento de formalmente abandonar o Bloco escreve cinco páginas a justificar o seu acto de certeza absoluta que também não arrumou as chuteiras da política partidária. E ainda bem, refira-se. Posso não concordar com muito do que diz, quase tudo na realidade, mas ainda assim é óbvio que se trata de alguém cuja intervenção cívica e política enriquece o espaço público.

Os detalhes

O diabo está sempre nos detalhes. O acordo de princípio corresponde a uma batalha vencida, mas a guerra vai levar mais algum tempo e não terá necessariamente o desfecho pretendido.

Esperemos que sim...

...i.e. que a postura confiante dos mercados seja para durar, e esperemos que não, i.e. que os mercados não regressem à postura agressiva do período até Julho 2012.

MRI [2]

Felizmente houve alguém com coragem e disponibilidade para ir dizer no local o óbvio. Muito obrigado. Repito. Estes tipos estão a gozar connosco, de certeza absoluta. Ou então é um número de palhaços que nem necessita de roupa e maquilhagem.

Pequenos detalhes...

...que mostram quem sabe do métier...

Confirma-se...

...a boa notícia, ou a aparente boa notícia. Falta conhecer os detalhes.

segunda-feira, 4 de março de 2013

MRI

Melhor do que Filipe Pinhal para liderar o Movimento dos Reformados Indignados (MRI) teria sido Jardim Gonçalves, um rapaz que também está a sofrer duramente na pele a austeridade. Estes tipos estão a gozar connosco, de certeza absoluta. Ou então é um número de palhaços que nem necessita de roupa e maquilhagem.

BE e PCP escondidos, com o rabo de fora... [3]

A mesma questão, um ângulo diferente.

BE e PCP escondidos, com o rabo de fora... [2]

João Gonçalves levanta uma ponta do tapete, ao de leve, e logo surge o Bloco. Surge ali, surge aqui e surgirá seguramente em muitos outros locais. A não ser para alguém que tenha chegado agora de Marte, não há surpresa absolutamente nenhuma nisto. Estamos carecas de saber o que a casa gasta.
Aquilo que me interessa, porém, não é isso. Ou não é apenas isso, para ser mais correcto. O que me interessa é a questão aflorada ontem por Marcelo Rebelo de Sousa. Onde anda a rapaziada do CDS e, sobretudo, do PSD que pouco ou nada se vê nas redes sociais e na rua? Perderam a noção da relevância da agitprop como afirmou Marcelo Rebelo de Sousa? Estão a resguardar-se do quê ou para quê? E o que é válido para a JSD é igualmente verdadeiro para as elites partidárias.
As sondagens revelam que o grosso de Portugal não está na rua. Onde andam os vinte e tal por cento que votam tradicionalmente no PSD? Ninguém os mobiliza para nada? Quem é que está interessado em deixar a rua, a comunicação social, as redes sociais em exclusivo para os camaleões do Bloco e do PCP?

As saudades que eu já tinha...

...dos disparates de Mário Soares. Naturalmente, tem toda a legitimidade para proferir a sua opinião. Pouco credível, mas essa é uma conversa diferente.

domingo, 3 de março de 2013

Por falar em regeneração

Este artista, politicamente falando, não tem um pingo de vergonha na cara?

Tanta gente fascinada com...

...o fenómeno Beppe Grillo e, no fundo, ainda que não o reconheça, a desejar de forma irresponsável que algo semelhante ocorra em Portugal. Não é provável que ocorra, mas registe-se e anote-se o fascínio pateta.

Pois não

Mas graças ao acordo alcançado por António Costa e ao famoso Documento de Coimbra deve ser uma questão de horas até que tal suceda... Aliás, basta surgir Carlos César para o PS começar logo a corporizar...

sábado, 2 de março de 2013

Manif 2 de Março

Se as eleições legislativas fossem amanhã voltaria a votar em Pedro Passos Coelho. É o que me ocorre dizer a propósito da manifestação de hoje. Não quero com isto afirmar que tudo correu bem desde que o Governo tomou posse. Não faltam, aliás, exemplos de dossiers que foram mal geridos. Quero, sim, salientar que ninguém faria muito diferente e melhor.
O PS seguramente não é uma alternativa nesta fase. O PS que, convém lembrar de vez em quando, é o grande responsável pela situação em que estamos. Não deveria, por isso, a manifestação dirigir-se ao Largo do Rato, já que Paris fica fora de mão?

sexta-feira, 1 de março de 2013