Obviamente que não. Era interessante fazer um exercício de memória. Poderíamos começar pelo período em que José Sócrates foi primeiro-ministro. Quantos e quais os jornalistas que saíram das redacções -- nomeadamente do Diário de Notícias -- e integraram o seu gabinete, os gabinetes dos seus ministros e secretários de Estado? O que é feito deles? Qual foi o seu percurso desde essa altura?
Estou particularmente à vontade nesta matéria e a minha posição é antiga. Pessoalmente defendo que os partidos deveriam assumir nos seus programas partidários -- não são precisas leis -- o compromisso de não integrar jornalistas (que tivessem exercido a actividade nos últimos dois anos antes das eleições) nas suas equipas, ou de os nomear para outras funções no perímetro do Estado, caso viessem a formar/integrar um governo. Bem sei que se corria o risco de pagar o justo pelo pecador, mas a verdade é que se evitava um mal maior.
Mas, é claro, esta discussão geral e em termos abstractos não interessa para nada porque, na verdade, muitos daqueles que criticam em particular os dez jornalistas do Diário de Notícias não estão minimamente preocupados com a solução do problema. A outros interessa-lhes apenas utilizar o assunto como arma de arremesso partidário num exercício de pura chicana política. Os piores dos piores são aqueles que mordem nos calcanhares destes dez jornalistas, mas que conviveram tranquilamente com jornalistas nos gabinetes dos dois governos de José Sócrates.
P.S. -- Uma declaração de interesses, por assim dizer. Conheço pessoalmente alguns, poucos, dos dez jornalistas do Diário de Notícias. Francisco Almeida Leite, em particular, deixou de me falar na sequência de críticas que fiz -- e que voltaria a fazer -- ao seu trabalho jornalístico. Como é óbvio, a sua nomeação para SENEC não foi um dos momentos mais felizes do primeiro-ministro. Dito isto, e como já escrevi, em nome do interesse nacional espero que tudo lhe corra bem.
Mas, é claro, esta discussão geral e em termos abstractos não interessa para nada porque, na verdade, muitos daqueles que criticam em particular os dez jornalistas do Diário de Notícias não estão minimamente preocupados com a solução do problema. A outros interessa-lhes apenas utilizar o assunto como arma de arremesso partidário num exercício de pura chicana política. Os piores dos piores são aqueles que mordem nos calcanhares destes dez jornalistas, mas que conviveram tranquilamente com jornalistas nos gabinetes dos dois governos de José Sócrates.
P.S. -- Uma declaração de interesses, por assim dizer. Conheço pessoalmente alguns, poucos, dos dez jornalistas do Diário de Notícias. Francisco Almeida Leite, em particular, deixou de me falar na sequência de críticas que fiz -- e que voltaria a fazer -- ao seu trabalho jornalístico. Como é óbvio, a sua nomeação para SENEC não foi um dos momentos mais felizes do primeiro-ministro. Dito isto, e como já escrevi, em nome do interesse nacional espero que tudo lhe corra bem.