Carlos Zorrinho entende que "se nos juntarmos aos espanhóis, franceses, italianos e cipriotas" será possível mudar o rumo da política seguida na União Europeia.
Custa-me ver o líder da bancada parlamentar do PS vender falsas ilusões. Esta tese da união é um mito. Nada, absolutamente nada, lhe oferece qualquer tipo de sustentação política, por mais ténue que seja, para afirmar que a união de esforços (nos termos em que a formula) levará a uma alteração de rumo. Carlos Zorrinho, no fundo, limita-se a estimular o desespero das pessoas e o cansaço com a austeridade oferecendo uma porta de saída que ele sabe que não é uma alternativa real. Aliás, se a alternativa existisse é óbvio que o Governo já teria feito uso dela. A verdade é que, por exemplo nas reuniões do Eurogrupo, todos -- todos -- os Estados europeus alinham pelo mesmo diapasão. A realidade é que a França e a Itália, para citar os dois Estados mais poderosos que Zorrinho cita, até hoje não manifestaram qualquer desejo prático de liderar uma alternativa europeia ao actual rumo. O líder da bancada do PS sabe que esta é a realidade, mas de qualquer modo explora o desespero popular oferecendo de forma camuflada uma mão cheia de nada. O PS vai longe por este caminho.
[Adenda]
Entretanto, na Letónia...