domingo, 5 de maio de 2013

Dois anos de atraso

Não tenho lido outra coisa. Desde que Pedro Passos Coelho anunciou na passada sexta-feira as medidas de corte na despesa parece que subitamente emergiu um consenso entre os analistas e a opinião pública que as mesmas chegam com dois anos de atraso. Na verdade, não sei se chegam ou não com atraso -- embora também esteja inclinado a pensar que sim --, mas a questão relevante e interessante não é essa. Evidentemente, o Primeiro-Ministro também sabia que as medidas agora anunciadas teriam sido mais fáceis de digerir há dois anos. Faz parte do bê-à-bá político básico que as medidas duras e difíceis são tomadas o mais rapidamente possível. Assim sendo, qual a explicação para a demora?
Isso é que eu gostaria de saber. Houve oposição interna dentro do Governo? De quem? Ou a explicação é outra e, nesse caso, qual é?
Depois há uma outra questão. Estas medidas teriam sido possíveis de tomar sem a recente deliberação do Tribunal Constitucional?
Não sei. Aliás, tenho muito poucas ou nenhumas respostas. Mas há seguramente uma explicação para a alegada demora que eu, certamente como outras pessoas, gostaria de conhecer.