sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sobre o acesso ao espaço público

Como já salientei noutra ocasião, há um conjunto influente de reformados e pensionistas que pululam pelas diversas plataformas da comunicação social portuguesa. A sua visibilidade na defesa dos seus interesses é inquestionável, ainda que não seja ilegítima, evidentemente. Isto, recorde-se, num país em que vergonhosamente diversas das mais altas figuras do Estado optaram pelas reformas em detrimento da remuneração dos respectivos cargos. Que as suas reformas sejam superiores, individualmente ou em acumulação, a uma alta função no Estado seria, por si só, motivo mais do que suficiente para questionar muita coisa. Mas estou a desviar-me do assunto. A visibilidade mediática dos reformados e pensionistas de elite que saltitam pela comunicação social contrasta com esta crescente imensa maioria sobre a qual pouco se fala. Estes 42% dificilmente conseguem ter acesso às colunas de opinião dos jornais e menos ainda ao prime time das rádios e das televisões.