A forma como Mário Nogueira respondeu à pergunta diz mais sobre si do que certamente seria a sua intenção: arrogante, deselegante, defensivo, incomodado. Pouco habituado a ter de prestar contas, Nogueira reagiu mal. Tanto que nem faltou a referência patética e totalmente descabida a Salazar. Sinal de que, porventura, há mais perguntas que devem ser colocadas a Nogueira.
É certo que a questão não escondia ao que ia e que o assunto justificaria uma abordagem diferente. Isto dito, a pergunta era legítima. Que Nogueira tenha de imediato procurado desqualificar os seus interlocutores -- nos termos em que o fez -- parece revelar que convive mal com o escrutínio democrático.
P.S. -- Fico na dúvida, porém, se os termos deselegantes em que se dirigiu aos jovenzinhos da JSD também são aplicáveis aos outros jovenzinhos, da JCP por exemplo, que também saltaram directamente das jotas para o Parlamento sem nunca ter tido um emprego na vida? Ou no caso dos do PCP, camaradas, a coisa muda de figura? Talvez porque a malta no PCP, habituada que está a votar de braço no ar e sem ser por voto secreto, tem muito maior experiência democrática?