"Esta foi a 11 moção de confiança da nossa democracia; as dez que a antecederam não foram em geral um bom augúrio em termos de estabilidade governativa. Com efeito, se apenas a primeira destas moções levou à queda de um Governo, a verdade é que nenhum dos outros governos que apresentou moções de confiança conseguiu concluir uma legislatura."
Carlos Jalali (Público, 31.7.2013: 4).
Carlos Jalali, professor de Ciência Política na Universidade de Aveiro, não vai ao ponto de estabelecer uma relação de causalidade entre a apresentação de uma moção de confiança e o destino dos governos, mas em todo o caso parece julgar estar perante algo de considera relevante destacar, caso contrário não o faria.
Ora, na verdade, o que destaca é uma mão cheia de nada. Pior. Compara o que não pode ser comparado, por exemplo governos minoritários com governos com maioria absoluta. Nem me parece que do universo de dez moções se possa inferir muita coisa, ainda que tudo fosse constante (e não é). Em suma, no que toca a moções de confiança, o passado tem pouco que nos possa servir de lição. O Governo até pode não terminar a legislatura, mas o augúrio de Jalali não tem qualquer valor.