quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Portugal, UE e o Egipto: o que fazer?

Rui Machete participa hoje na reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE para analisar a situação no Egipto. Em cima da mesa parece estar a possibilidade de se rever as relações com o Egipto. No essencial, rever não se sabe muito bem o quê, diga-se de passagem. Nas páginas do Financial Times, Gideon Rachman olhava ontem para o problema a partir do ângulo certo: daquilo que o Egipto necessita, em primeiro lugar e com maior urgência, é de estabilidade. É altamente provável que as diversas sensibilidades no seio da UE olhem para o que se está a passar no Egipto a partir de diferentes perspectivas e tenham visões muito distintas sobre aquilo que deve ser a abordagem europeia. O que significa que a UE muito provavelmente procurará um mínimo denominador comum, que passará por, entre outras coisas, reprovar a espiral de violência e criticar tanto os militares como os radicais islâmicos, fazer um apelo à estabilização política e ao regresso à transição democrática assim que possível, e ameaçar voltar ao assunto em nova reunião se tal se justificar. Em suma, um statement político sem grandes consequências substantivas imediatas e com o qual os militares egípcios podem conviver sem grandes dificuldades, mesmo que alguns programas de apoio da UE sejam suspensos.
Quanto a Portugal, estou certo que alinhará pelo diapasão minimalista. E ainda bem.