quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Questões de ADN

Como tem acontecido por diversas vezes ao longo deste Verão, na parte final da tarde tenho ido à Praia da Figueirinha na Serra da Arrábida. Se ainda tivesse dúvidas, elas teriam sido dissipadas: há uma estirpe de tuga que tem uma costela de javardo e uma falta de civismo que deve estar inscrita no ADN. Esta estirpe de tuga desconhece, por exemplo, a utilidade dos caixotes do lixo, ou as regras básicas de convivência em sociedade. Se comer um pêssego deixa o caroço na areia, porventura para ver se no próximo ano nasceu um pessegueiro. Se fumar dez cigarros legará aos vindouros as beatas, todas convenientemente plantadas no areal. Se trouxe uma embalagem de iogurte líquido ou de água deixará a tampa no local, eventualmente até a própria embalagem se nesse dia se sentir especialmente generoso. Esta estirpe de tuga é capaz de passar o dia na praia a jogar à bola, mas é geneticamente incapaz de dar alguns passos até ao caixote do lixo mais próximo.
Por razões que me parecem óbvias, creio que a Fundação Champalimaud deveria estudar urgentemente o seu ADN. Não porque ele esteja em vias de extinção, mas, receio, precisamente pela razão contrária.