O artigo desta semana -- co-assinado por FSC -- é particularmente delicioso. Cito: "Ao que o Expresso apurou, Paulo Portas, que estava a chefiar o Governo durante o descanso do PM, não só não ficou melindrado com o regresso pontual de Passos, como o agradeceu, por considerar que tinha de ser o chefe do Governo a forçar cortes de despesa que alguns ministros resistiam a aceitar (...)."
Delicioso, caro leitor, não acha?
Desengane-se, portanto, quem poderia ter pensado que Portas ficou melindrado. Não ficou. Portas não é homem para se melindrar com tão pouco. Mais. Até ficou extremamente agradecido pelo regresso surpresa do primeiro-ministro. A gratidão de Portas é irrevogável, note-se.
Infelizmente, no melhor spin cai a nódoa. Sem querer, o artigo revela-nos um vice-primeiro-ministro sem força política e sem autoridade sobre parte do Governo, algo que manifestamente não era a intenção da fonte.
Resta-me aguardar pelo artigo de FSC na próxima semana. Estou certo que não me defraudará e que Portas, como sempre, também não ficará melindrado, podendo aliás ficar extremamente agradecido. Uma vez mais.