domingo, 29 de setembro de 2013

Ainda as autárquicas

A ler, Pedro Correia (I e II).
Uma nota final sobre a leitura nacional dos resultados autárquicos, destes ou de outros. Pura e simplesmente, na minha opinião, é um disparate, tanto do ponto de vista do jogo político como da análise política. Um exemplo prático. José Sócrates foi primeiro-ministro entre 2005 e 2011. Nestes seis anos, se a memória não me falha, o secretário-geral do PS perdeu tudo, i.e. autárquicas (2005, 2009), europeias (2009) e presidenciais (2006 e 2011). Perdeu tudo menos as eleições legislativas de 2009, i.e. aquelas que mais directamente lhe interessavam. Nas legislativas de 2009 obteve uma maioria relativa, mas isso não se explica pelas derrotas que obteve nas autárquicas, nas europeias, ou nas presidenciais. De igual modo, o seu pedido de demissão em 2011 não teve qualquer relação com estes resultados eleitorais.
Tudo isto para dizer o óbvio. Os resultados destas eleições autárquicas -- e das europeias do próximo ano -- não terão qualquer influência nas eleições legislativas de 2015. Pedro Passos Coelho perderá ou ganhará essas eleições, assumindo que as disputará, por outros motivos.
(Ainda que a realidade seja muito mais complexa, simplificando diria que estou convencido que as legislativas de 2015 serão determinadas pelo êxito ou pelo fracasso na execução do programa acordado com a troika.)