Assumindo que a cedência da Síria é genuína -- e não esquecendo que o diabo está sempre nos detalhes -- há questões que estavam no ar e que ganham acrescida relevância. Não é conhecido ainda o relatório dos inspectores da ONU, pelo que a autoria da utilização das armas químicas não está ainda devidamente esclarecida. Mas assumindo que foram as Forças Armadas sírias as responsáveis pelo ataque, a pergunta que se coloca é se tal teve o aval de Assad.
A facilidade com que Assad aceitou a proposta russa parece dar força à leitura que talvez possa não ter autorizado e que, nesse sentido, é ele o primeiro a querer ver-se livre delas.
Não estou com isto a querer desculpabilizá-lo, longe disso. Vai na volta até pode estar directamente envolvido. Mas, isto dito, nunca foi claro o que ganhava Assad com a sua utilização.