Por um lado, a opinião pública -- ou talvez mais a publicada -- queixa-se que o Governo não faz o suficiente nas negociações com a troika para conseguir metas menos exigentes. Porém, quando o Governo adopta uma estratégia nesse sentido, a dita opinião treme com as reacções de Jeroen Dijsselbloem ou de Olli Rehn. Decidam-se, pá. Se querem metas menos exigentes há que lutar por elas, eventualmente ouvir o que não se queria. Achavam que era só dizer o que se queria e que nos era servido numa bandeja de prata?
Obviamente que não. É claro que a primeira reacção será sempre negativa. Mas este é um jogo que exige paciência, muita paciência, muito jogo de cintura e muito trabalho de bastidores. Não é nos primeiros 500 metros que se define o resultado de uma maratona. Não se assustem com as palavras de Dijsselbloem e de Rehn, até porque não são eles quem detém as cartas principais do baralho.