Na semana passada ficou claro, assumindo que o não era, a guerra que vai ser para conseguir convencer a troika no sentido de autorizar, em vez da meta actual de 4%, um défice de 4.5% em 2014. Com o realismo que o caracteriza, António José Seguro propõe pelo menos 5%. Se conseguir 4.5% já é difícil imagine-se 5% ou mais...
Ainda que não seja essa a sua intenção, o líder do PS acaba de prestar um grande favor ao Governo. Perante tal proposta, abstenho-me de a caracterizar como politicamente absurda, daquele que é potencialmente o partido político que dirigirá um executivo futuro, a posição do actual Governo até passa a parecer mais razoável e mais moderada.
Se a isto juntarmos as divergências no interior da troika, com o FMI claramente a correr numa pista diferente da do BCE e da Comissão, então diria que a revisão da meta do défice para 2014 não é inalcançável. Não vai ser fácil, mas não é impossível. Uma coisa é certa: sem tentar não se consegue de certeza absoluta.